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Amazônia de barco – Expedição Katerre | Diário de viagem

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 A matéria de hoje vem em formato de diário de bordo para contar a minha primeira experiência na Amazônia com a Expedição Katerre. Estava há tempos para conhecer e finalmente a viagem aconteceu e foi ainda melhor do que eu poderia imaginar. O lugar é maravilhoso, incrível, divino! Estar em um local desses é um privilégio. Natureza totalmente preservada.

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A Expedição Katerre começou as suas atividades em 2004 e desde então vem apresentando a Amazônia de um modo diferente para os seus visitantes. A empresa tem sede no município de Novo Airão, localizado a 200 km de Manaus – ponto de partida para explorar toda a extensão do Alto Rio Negro, seja em expedições mensais regulares de 3 a 7 noites, ou em viagens customizadas (charter) disponíveis o ano todo. Os roteiros regulares mais curtos (3 noites) percorrem Anavilhanas – o 2º maior arquipélago fluvial do mundo –, e os mais extensos (7 noites) sobem o rio Negro até o Rio Jauaperi, na divisa com o estado de Roraima.

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Nessa viagem percorremos lugares lindíssimos visto antes somente por fotos que, ainda que bem tiradas, não refletem nem metade da beleza do lugar. A Amazonia é realmente um lugar abençoado e abençoados somos nós por termos essa natureza tão extensa e bela dentro do nosso país. Perfeito para fotografar e guardar para sempre estes momentos únicos com a natureza.

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Voltando à nossa viagem… com todos à bordo, iniciamos nossa viagem rumo ao Parque Nacional do Jaú, um dos maiores parques nacionais do mundo com 2.367.000 hectares, que protege toda a bacia do rio Jaú, um dos afluentes do rio Negro à 150km de Novo Airão.

Conhecemos o Rio Jaú, onde está o maior parque florestal de água doce do mundo. Pela logística relativamente complicada de acesso, suas trilhas, cachoeiras e igarapés são turisticamente muito pouco explorados. Macacos, preguiças, botos, pacas e aves podem ser observados em pernoites na selva ou no rio, próximo à hora do por-do-sol. Na estação da seca, as ariranhas são o destaque. Comunidades ribeirinhas, com genuínas manifestações culturais nortistas, dão o toque humano a uma região onde a natureza ainda comanda o espetáculo. O sistema aquático do Parque é composto por 3 grandes rios (Unini ao norte, Carabinani ao sul e Jaú ao centro) e uma infinidade de pequenos igarapés de águas negras. O nível de água destes rios apresenta uma grande variação durante o ano. As matas encontradas nas margens dos rios são chamadas de Matas de Igapó e são submetidas a períodos de 6 a 8 meses de inundação durante o ano. As matas não alagadas são conhecidas como Floresta de Terra Firme. 

Navegamos por algumas horas e fizemos a entrada no Parque Nacional do Jaú que é feita por um controle chegando pelo rio Jaú, (é necessário um guia autorizado pelo parque e o transporte só pode ser feito por pequenas embarcações. Estando no barco da Katerre não precisa se preocupar com isso pois o comandante já fez o processo da autorização com antecedência então é só descer do barco, apresentar o documento e assinar um livro).

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Entrada do Parque Nacional do Jaú

A exuberância da natureza e da floresta é de impressionar qualquer um. Trilhas encantandoras na floresta com grutas e árvores centenárias além de igarapés deslumbrantes. Fizemos o passeio de 3 noites em junho, época de cheia (foi uma das maiores cheias dos últimos 100 anos por isso as imagens mostradas aqui podem estar bem diferentes das imagens de outras épocas do ano). Em cada época podemos ver cenários diferentes desse lugar incrível. Avistamos peixes, aves, jacarés e pudemos ver de perto a Sumaúma (a maior espécie de árvore da Amazônia), além de inúmeras outras plantas nativas. O Rio Negro é espetacular, com sua floresta embaixo dágua e os botos cor-de-rosa (sempre presentes), que são um espetáculo à parte!

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Durante a expedição fizemos vários passeios de canoa, trekking e outras atividades. Geralmente elas acontecem pela manhã, logo após um delicioso café da manhã e também na parte da tarde quando o Sol abaixa um pouco. Alguns passeios acontecem ao anoitecer como a focagem de jacarés. Para as caminhadas é recomendado levar calça comprida, tênis ou bota cano longo para evitar cobra e insetos, repelentes e água mineral.

Vejam mais algumas fotos dos passeios:

Outra experiência que também marca bastante é a interação com as comunidades ribeirinhas – uma oportunidade que nos revela o peculiar modo de vida das pessoas que vivem na floresta, seus costumes e cultura. A alegria de receber o visitante estampada no rosto dos ribeirinhos quando as embarcações atracam em seus vilarejos, é de guardar para sempre no coração.

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O final do dia é sempre um presente, a vista da mata e o Pôr do Sol vistos do barco são algo realmente encantador. A experiência do barco é realmente a cereja do bolo para essa expedição. Quem gosta de aventura e gosta de estar conectado com a natureza vai se impressionar muito com a viagem. Barco é provavelmente a melhor opção para explorar a região.

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Outros pontos de visitação são as ruínas de Airão Velho, cidade abandonada após o fim do ciclo da borracha, que teve seu apogeu entre o final do século 19 e o início do 20, e também a cachoeira do Rio Carabinani – esta uma parada refrescante que faz parte dos roteiros Jaú e Jauaperi-Xixuaú, que adentram o Parque Nacional do Jaú, sem contar as observações diurnas e noturnas de animais, entre focagem de jacarés, macacos, preguiças, araras e outros animais da fauna do Rio Negro.

Além dos lugares maravilhosos que visitamos posso dizer que uma experiência também marcante é dormir no barco no meio da Amazônia. Realmente inesquecível, traz uma sensação de paz em harmonia com a natureza. Os barcos da Katerre são o máximo, o estilo regional das embarcações é para dar aos visitantes a sensação de estar viajando em barcos de linha como fazem os nativos da região, porém com conforto, segurança e serviço de bordo. São 2 barcos inteiros de madeira de lei, de 40 a 80 pés construídas com o expertise local da indústria naval de Novo Airão (hoje desativada) – o Jacaré-açu e o Jacaré-tinga são verdadeiramente amazônicos no design e essência.

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 Feitos em madeira de lei e com acabamentos em teçume de fibras naturais, os barcos trazem aconchego, assim como sua aparência não os faz destoar do seu entorno de natureza bruta.A minha expedição foi no Jacaré Açu que tem 8 cabines-suíte com ar-condicionado; sala de refeições; uma saleta de convivência e cinema, com sofás e projetor para filmes e; no último piso, um deque aberto com solário e redes para relaxar curtindo as paisagens. O Jacaré-tinga é menor, tem 3 cabines com ar-condicionado; saleta de refeições e um deque com solário.

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Uma outra grata supresa que ficará para sempre no coração e nas memórias desta viagem é o carinho e atenção com que a tripulação que esteve à bordo na expedição nos acolheram. Todos sempre com um sorriso no rosto, gentileza e simpatia genuínas. Atentos a todos os detalhes contribuíram muito para o sucesso da nossa experiência. A Katerre emprega as pessoas da região de maneira que possam contribuir com seu talento e sabedoria local – seja para o preparo da comida caseira servida à bordo; na manutenção das embarcações, ou como guias turísticos conhecedores da floresta, entre outras tarefas e ofícios.

Tripulação que esteve a bordo durante a nossa expedição (11 a 14 de junho de 2021); comandante: Raimundo Gonçalves, Guia: Nigel Kurt, Prático: Raimundo Mota, Marinheiro: Gabriel Rodrigues, Cozinheira chefe: Maria Leda, Cozinheira auxiliar: Eli Melo e Camareira: Nana Moraes.

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(como ainda estamos no período de pandemia todos fizeram o teste de covid antes de entrar no barco para que pudéssemos fazer a viagem sem precisar usar máscaras).

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Todo grupo reunido; tripulantes e visitantes

*** Durante a navegação nas expedições da Katerre não há conexão de internet, tampouco se consegue o sinal de telefonia móvel das operadoras. E é justamente este fator que torna a experiência memorável – desconectar-se do mundo, para se conectar com a natureza profunda da Amazônia. Há apenas um telefone via satélite, este usado exclusivamente em casos de emergência, não disponível para uso dos visitantes.  O sinal 4G está disponível quando no município de Novo Airão. O Mirante do Gavião Lodge dispõe de conexão wifi.

Particularidades da Região

O baixo Rio Negro é uma região abençoada pela natureza e protegida pelo ICMBio, comportando Parques Nacionais, Estaduais, Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável. Diferentemente de outras regiões da Amazônia, o Rio Negro quase não tem mosquitos, devido ao inseticida natural presente em suas águas. Além disso, é a região mais selvagem e preservada da Amazônia.

Como chegar

Pegar um vôo até Manaus e organizar o transfer de acordo com o local de saída da sua expedição.

 

Curiosidades

 A Katerre também é mantenedora de um projeto ambiental de recuperação da população de Tartaruga-da-Amazônia, uma espécie de quelônio em extinção, consequência da caça ilegal e da fragilidade no monitoramento e vigilância nas APA (áreas de proteção ambiental) da região. A família dos quelônios de água doce consiste em 16 espécies, das quais 4 colocam ovos nas praias (iaça, irapuca, tracajá e tartaruga) – estas as mais ameaçadas. 

Com base no município de Novo Airão, à 190 quilômetros de Manaus, a Expedição Katerre e o Mirante do Gavião Lodge têm o turismo de base comunitária em seu DNA. Desde o ano de fundação da Expedição Katerre, em 2004, as operações contam com membros e profissionais das comunidades ribeirinhas contribuindo ativamente entre atividades e vivências na floresta, no acolhimento dos visitantes e no compartilhamento de seus saberes locais. 

Observar o modo de vida simples dessas famílias que vivem na Amazônia; visitar uma casa de farinha e uma escola comunitária; provar um pescado do dia na casa de um ribeirinho… Tanto para quem parte do Mirante do Gavião Lodge, como para quem parte dos roteiros fluviais da Expedição Katerre, as visitas às comunidades estão entre os passeios mais interessantes e pedidos pelos visitantes.

Ao desembarcar em uma comunidade ribeirinha, ambas as empresas asseguram à comunidade uma taxa de visitação, que auxilia na manutenção da estrutura e bem-estar de seus moradores. Guias locais compartilham seu conhecimento sobre a fauna e a flora nas incursões pela selva. No período da cheia, quando torna-se possível a atividade das trilhas aquáticas, os canoeiros conduzem os visitantes pelos igarapés e matas de igapó, na observação da abundante biodiversidade amazônica.

Dúvidas sobre essa viagem escreva um comentário ou envie um email para [email protected]

Para saber mais visite o site da Katerre clicando aqui.

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Patrícia Mattos

Criou o LeBlog em 2010 especialmente pra quem busca dicas de viagens, gastronomia, lifestyle, moda, beleza e pontos de charme pelo mundo. Hoje, dedica seu tempo integralmente para descobrir o mundo, visitar novos lugares e compartilhar todas as suas dicas e experiências aqui e em suas redes sociais.

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