Família é base, porto seguro, as raízes. Experimentamos essa verdade de maneira ainda mais forte como nos deparamos com as dificuldades da vida. Elas podem vir em forma de um problema de saúde, e nessa hora o núcleo familiar é de extrema importância.
O Dr Luiz Gonzaga Leite, chefe do Departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula, de São Paulo, comenta que quando um paciente recebe uma notícia de câncer, por exemplo, a reação dependerá também do papel que o paciente exerce no núcleo familiar. “Há famílias nas quais é o provedor financeiro ou emocional, com importante papel na manutenção dos laços que unem o grupo, quem recebe o diagnóstico da doença. Nesses casos, o choque pode ser ainda maior”.
Em geral, na mente dos familiares surgem inúmeras perguntas que, quando não são convenientemente respondidas, acabam por deixá-los confusos sobre como proceder. Posso acompanhar o paciente na consulta? É permitido falar sobre a doença? E sobre episódios tristes e difíceis? É recomendável encorajar o paciente a buscar apenas pensamentos positivos? Esses são alguns dos questionamentos.
É importante também que o paciente sinta que seus pensamentos não são ruins por se relacionarem a um momento de dor. Como seus familiares, eles também devem olhar o problema de frente. “E poder desabafar é de grande valia, não havendo prejuízo para o conceito de manter o pensamento positivo”, continua Cristiane. “Pensar positivo não pode ser uma prisão”.
O paciente enfrenta uma verdadeira maratona de consultas médicas, exames, internações e sessões de quimioterapia ou radioterapia. Essa nova rotina, os diversos procedimentos e seus efeitos colaterais acabam por alterar a autoimagem e influem na autoestima. Infelizmente, determinadas reações como queda de cabelo, baixa imunidade, mucosite e perda de apetite ainda são comuns em boa parte dos tratamentos. Nesses momentos, o suporte da família é tão importante quanto o apoio psicológico.
De acordo com o Dr. Luiz Gonzaga, o termo mais adequado para esse suporte familiar é “rede de apoio”. E para que essas redes se efetivem, a informação mostra-se fundamental. Por isso, semanalmente ele realiza no Hospital Santa Paula encontros com familiares de pacientes. “Nós os recebemos e passamos informações sobre como lidar com o paciente”, conta.
Dr. Gonzaga ainda explica que, em muitos casos, a família colabora para a destruição de certos mecanismos psicológicos de defesa, como o da negação – quando um paciente se recusa a aceitar que está com câncer e a se submeter ao tratamento.
“A equipe de saúde tem na família um aliado”, diz o Dr. Luiz. Ela é realmente essencial para que o paciente enfrente as prescrições médicas da maneira mais tranquila possível, garantindo para si próprio uma qualidade de vida satisfatória.
Post via abrale
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