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Como Penso Como

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Ontem fui conhecer o Projeto “Como Penso Como” na Casa Eletrolux em São Paulo.

O evento criado pela food designer Simone Mattar, convida para uma experiência multi-sensorial que alia arte, design e gastronomia.

Foi uma experiência muito interessante e emocionante. Fiquei impressionada com a delicadeza na apresentação dos pratos e com a preocupação em reproduzir cada um dos significados socioculturais e históricos de maneira fiel, criativa e gastronômica utilizando na sua maioria produtos da região.

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Durante o jantar, ainda são apresentadas instalações multimídia com conteúdo exclusivo, vídeos e uma experiência de degustação de nove pratos, criados especialmente para a mostra harmonizados com vinhos pela sommelier Gabriela Monte Leone. Cada um deles com um significado muito interessante relacionado a história do Brasil e do mundo.

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Veja cada um dos pratos e seus significados:

1º prato – “Grande Poder” 
Tem como base o principal alimento da culinária indígena brasileira, a mandioca. Com este ingrediente, Simone criou uma cúpula em formato de luminária que dá luz ao bloco de madeira que serve de apoio para o prato. O prato vem acompanhado por um croquete liquido de tacacá, pato curado no molho arubé e mandioca crocante.

2º prato – “Cabeça do Bispo” 
O intuito desta obra é e pensar a gastronomia a partir do conceito do Manifesto Antropofágo. Para isso, Simone recupera a história da canibalização do Bispo Sardinha pelos índios Caetés, fato que inspirou o Movimento Antropofágico de Oswald de Andrade. O prato traz esculturas de cabeças prateadas feitas com mousse de sardinha e recheadas de molho oriental.

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3º prato – “Sonho real”
 Inspirado no Baile da Ilha Fiscal, de 1889 , o prato é servido pelo Barão de SampaioViana, um dos idealizadores daquele que foi oúltimo baile do Império no Brasil, feito para marcar o glamour da corte contra os ventos republicanos. O baile ficou famoso como a festa brasileira mais ostensiva que jamais se viu e foi bancada por um desvio de verbas que cobririam uma situação calamitosa de seca no Ceará. Nele, um travesserinho em porcelana biscuit serve de suporte a uma versão salgada de sonho, recheado com brandade de bacalhau e pimenta-do-reino. A coroa é feita de telha de alho.

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4º prato – “Oludumaré”
 Inspirada nas comidas servidas nos terreiros de Cadomblé como oferendas a orixás, três bolinhos feitos de uma massa com farinha de arroz e leite de coco são recheados com peixe, camarão e flor de alho para Iemanjá; vinho de palma e quiabo para Ogum; e galo capão e pimenta biquinho para Exú. No centro, uma esfera transparente é quebrada e dela sai uma fumaça aromatizada de cravo, canela e casca de obi, um fruto considerado sagrado pela religião. Embaixo, o acaçá, presente em todas as oferendas, é feito de milho branco e limão. É servido por Exú.

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5º prato – “Peripécias de bode no reino dos bacanas” 
Feita a partir da técnica do cinzelado, a marmita de alumínio em forma de mandacarú traz referência a Lampião, do Abaporu, tela de Tarsila do Amaral, e do diretor de cinema Glauber Rocha. Dentro da marmita: arroz cateto, paleta de bode glaceada, jerimum, queijo coalho, leite de cabra e manteiga de garrafa. Na base, farofa de paçoca de pilão, urucum e cúrcuma servidos em pedra de madeira.

6º prato – “Ossos do ofício”
 As mulheres de uma comunidade chamada Jardim, localizada no estado de Mato Grosso do Sul, possuem um trabalho artístico único: elas usam ossos para esculpir verdadeiras obras de arte que, no final, parecem ser feitas de marfim. Este prato tem como inspiração homenagear essas mulheres. O prato vem preparado junto a uma escultura feita no osso e é composto de barriga de porco crocante sobre purê de cítricos, picles e mini flores comestíveis.

7º prato – “A preço de banana”
 Inspirada em Carmen Miranda, o prato questiona a imagem de um Brasil “vendido a preço de ouro”. Da escultura de porcelana, sai uma banana dourada feita de mousse de chocolate branco caramelizado e envolto em calda de canela e recheado com doce de banana.

8º prato – “Conflito: festa do divino”
 Inspirado na festa do Divino Espírito Santo, o prato representa a influência do catolicismo na alimentação do brasileiro. O tema é ilustrado pela pomba do Divino, um símbolo do Espírito Santo católico, que está no meio do prato representando a paz, cercado de nomes de lugares onde estão ocorrendo conflito ou guerras. O doce, em formato de fogueira, é feito de chocolate com pimenta e crocante de araçá.

9º prato – “Tabuleiro brasileiro”
 Este tabuleiro traz memórias de quitutes culinários de diversas infâncias, resgatadas do imaginário popular. Os itens escolhidos têm relação com a comida de rua e com a lembrança de quando comemos fora de hora. Todos os elementos são comuns na doçaria brasileira e são vendidos na rua: paçoca, goiabada e doce de graviola aparecem em forma de papeis e renda. O tabuleiro traz paçoca Amor feita de mousse de amendoim envolta em folha de coco, mousse de goiabada envolta em papel de goiaba e bala de jabuticaba e deve ser lambido 😉

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*Menu fechado sem opções para pessoas com restrições alimentares como celíacos, vegetarianos entre outros.

Abertura para convidados: 10 de novembro, segunda-feira, às 18h30 e às 21h30

Período: de 11 a 16 de novembro, com degustações diárias às 18h30 e às 21h30
Ingressos: R$250 por pessoa, por meio do site ingressorapido.com.br

Rua Colômbia, 157 – Jardim Europa, São Paulo – SP
Tel: (11) 3465-1400
Para mais informações clique aqui.

Fotos: Pedro Arcene

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Patrícia Mattos

Criou o LeBlog em 2010 especialmente pra quem busca dicas de viagens, gastronomia, lifestyle, moda, beleza e pontos de charme pelo mundo. Hoje, dedica seu tempo integralmente para descobrir o mundo, visitar novos lugares e compartilhar todas as suas dicas e experiências aqui e em suas redes sociais.

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