Na coluna de saúde de hoje aqui do LeBlog o Hospital Santa Paula fala da importância de se proteger do sol.
Vivemos em um país tropical onde o sol brilha praticamente o ano todo. No verão, quando as praias e piscinas estão ainda mais convidativas, aumenta consideravelmente a nossa exposição ao sol.
Ao contrário do que muita gente imagina, a preocupação essa exposição ao sol no dia a dia deve ser tão séria do que quando estamos de roupa de banho: a proteção diária é essencial. Além dos raios ultravioletas, a luz visível (aquela emitida por aparelhos eletrônicos como celulares, computadores e tablets) e a radiação infravermelha (presente em tudo que produz calor, inclusive o secador de cabelo e a chapinha) também podem ser muito prejudiciais à pele.
Enquanto a radiação ultravermelha atinge a camada mais superficial da pele, conhecida como epiderme, a luz visível e a radiação infravermelha atingem a derme, interferindo diretamente sobre o colágeno, a proteína que dá firmeza à pele, favorecendo o envelhecimento precoce. Além disso, a luz visível é capaz de desencadear ou piorar diversas doenças de pele, como urticária, alergias e melasma.
Confira as orientações da dermatologista Vanessa Mussupapo, do Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula:
1 – O rosto é uma das áreas do corpo que mais sofre com a exposição ao sol?
Sim. O rosto é uma área muito exposta ao sol, por isso o cuidado deve ser redobrado. Especialmente em dias nublados e chuvosos, muitas pessoas abandonam o protetor solar e deixam o rosto exposto sem protetor solar. Isso contribui para o envelhecimento precoce da pele e pode ainda resultar em manchas de sol. O produto deve ser espalhado de maneira uniforme de 15 a 30 minutos antes da exposição e reaplicado a cada duas horas (e depois de cada mergulho ou suor excessivo) para obter a proteção adequada. Em dias quentes, é importante fazer uso de chapéus, bonés e óculos escuros.
2 – O protetor solar do corpo também pode ser usado no rosto?
É importante avaliar o tipo de pele, pois a maioria dos protetores de corpo tem uma textura mais oleosa. Há opções diferenciadas para o protetor de rosos como loção, gel, mousse e oil free, indicado para peles oleosas. O recomendado é utilizar um produto com FPS a partir de 30 nesta área.
3 – As maquiagens com filtro substituem o protetor solar?
As maquiagens com filtro não substituem o uso diário do protetor por possuírem baixo índice de proteção solar baixo, normalmente em torno de FPS 25, e cobertura muito fina. O ideal é utilizar protetor solar com base tonalizante.
4 – Qual a diferença entre os fatores de proteção solar?
O FPS 30 retém 96% da radiação UVB, enquanto o FPS 50 retém 98% e o FPS 100, 99%. Quanto mais sensível e clara for a pele, maior a necessidade de FPS. O FPS é o índice que determina o tempo que uma pessoa pode se expor ao sol sem ficar vermelha. Ou seja, se a pessoa começa a ficar com a pele vermelha em 10 minutos sem filtro, com o FPS 30 ela vai demorar 30 vezes mais a começar a ficar vermelha. A diferença está no tempo que você pode ficar exposto, ou seja, com o FPS 100 você pode ficar mais tempo sob o sol do que poderia ficar com o FPS30.
5 – O uso de filtro solar atrapalha a absorção da vitamina D?
Infelizmente sim. O filtro solar reduz a capacidade do organismo em sintetizar a Vitamina D, substância que possui um papel vital no organismo, pois atua na formação e manutenção da saúde óssea. Um filtro solar com FPS 30 chega a diminuir em 95% a síntese cutânea da vitamina D. Para manter os níveis adequados da vitamina no organismo, é necessário se expor ao sol pelo menos 10 a 15 minutos, entre 10h às 15h, sem proteção solar, ou através de suplementação.
6 – A pele negra é mais resistente ao sol?
Sim, porque possui maior quantidade de melanina. Neste caso, o FPS 15 já é suficiente.
7 – É permitido utilizar filtro solar e repelente ao mesmo tempo?
Claro. Não há perigo em usar os dois produtos simultaneamente. Para um melhor resultado, aplique o protetor solar primeiro e 15 minutos depois passe o repelente.
8 – Protetor solar é dispensável no inverno?
De forma alguma. A radiação no inverno no Brasil é tão intensa quanto a registrada ao longo do verão na Europa.
Para ficar atento e aproveitar o sol na medida certa! O bronzeado e a saúde agradecem.